A memória e a identidade social no ensino da História

Existem três tipos de memória: a protomemória, que executa os nossos automatismos, a memória da recordação e a que vamos falar nesse texto, que é a metamemória.

Engana-se aquele que pensa que memória é algo que criamos de maneira individual e, estritamente, de forma objetiva ao que miramos. A sua construção se dá de maneira intersubjetiva, por camadas e através da nossa relação com o outro. Processo esse que está sempre em negociação, por isso, ela não é estática – o conto que eu escuto do outro afeta a projeção que faço em minhas lembranças.

Lembro quando a Setrem me ligou para entrevista sobre vaga de professor, em 2020. A primeira coisa que fiz depois do telefonema foi entrar na web e procurar sobre a escola. Como não sou da região, via como necessário saber um pouco mais da relação dessa instituição com a comunidade tresmaiense.

Mas o que tem a ver esse breve resumo com o ensino de História?

Pois bem, a criação social de uma identidade é construída e transmitida a partir da inserção a um passado comum. Por isso, a importância do meu conhecimento sobre o papel da instituição na região. A partir do meu interesse sobre a escola, eu comecei a compartilhar da sua memória, através dos textos na web e das lembranças que escutei das pessoas.

Essa memória possibilita a inserção dos indivíduos em uma filiação identitária, e aqui cabe relacionar a proposta de diálogo que a Setrem tem entre o local e o nacional. Visto que a escola foi criada para preservar os valores luteranos vindo dos imigrantes, aliado à integração e desafios que o nosso País tem pela frente.

E é nesse elo cultural entre o local-nacional que a História entra como ferramenta, pois o nosso coletivo edifica-se na relação do passado (ideologia) com o futuro (utopia).

Por: Alencar da Silva, professor de história na Escola Setrem

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