Para falar sobre o ensino de geografia hoje, é importante falar sobre o que é a Geografia enquanto ciência. Toda a Ciência tem um objeto de estudo, e o objeto de estudo da Geografia é o Espaço Geográfico, antigamente entendido como ecúmeno (área da Terra habitada).
Atualmente, não existe mais área no globo terrestre que não seja pertencente a um Estado ou empresa. Apesar de haver áreas inabitadas, existe controle sobre elas. Imagens de satélite, representações em mapa, descrições e relatórios técnicos e taxonômicos estão em acordo com essa ideia. Portanto, considera-se o Espaço Geográfico todas as porções da Terra (planeta, pois as águas podem também assim ser entendidas). Para a análise do Espaço Geográfico, essa ciência utiliza de 5 recorrentes ferramentas-conceito: Território, Região, Paisagem, Lugar e Escala.
Assim, a Geografia busca explicar as dinâmicas espaciais, suas transformações e aquilo que delas decorre, por meio dessas cinco ferramentas. Uma das temáticas mais evidentes para a geografia desde os anos 1970 é a Globalização. Quando uma empresa de proporção global se instala em uma cidade, por exemplo, ela modifica o terreno, estradas, insere novas tecnologias; movimenta a migração de pessoas e tráfego de mercadorias. Sobre essas dinâmicas, é importante que o aluno saiba fazer uma análise. É fundamental realizar as perguntas “por quê?”, “como?”, “qual a consequência?”.
A geografia não é mais uma “decoreba”, na qual é necessário decorar nomes de rios e planetas. Hoje, é muito mais valioso que se saiba fazer conexões e interpretações metodológicas do que acontece no conjunto espaço/população. E um ensino de geografia que considere isso, é um ensino que faz a diferença.
Por: Lilian Stoll, professora de geografia na Escola Setrem