Na sexta-feira, 12 de agosto, em comemoração aos 100 anos da Setrem, a Associação dos Funcionários da Setrem (Afuset) promoveu o almoço ‘Protagonistas da História’ com convidados especiais: Seno Leonhardt e Dalziro Valdameri. Os dois possuem uma longa trajetória de dedicação e protagonismo na Setrem e com a Afuset, já que foram os primeiros presidente e vice, respectivamente, da associação, fundada em 1984.
O evento contou com a participação do presidente da Mantenedora Setrem, Nelson Moura de Oliveira; do vice-diretor de Ensino Superior, Mauro Alberto Nüske; da coordenadora da Educação Básica, Ana Cláudia Leite; da presidente da Afuset, Michele Rachor; bem como colaboradores e professores da instituição, integrantes da mantenedora, comunidade e ex-colaboradores, que puderam conferir as lembranças e os ensinamentos compartilhados e reviver muitas histórias.
‘Vivi 31 anos dentro da Setrem’
Seno Leonhardt, que é diretor da Instituição Evangélica Novo Hamburgo (IENH) e presidente da Rede Sinodal de Educação, foi o primeiro presidente da Afuset. Ele contou que viveu 31 anos de sua vida dentro da Setrem: foi aluno, professor, coordenador e diretor-geral. Em 2005 ele assumiu novos desafios e deixou a Setrem. Mas sua marca e seu legado fazem a diferença até hoje na história da instituição. “A minha história se mistura muito com a história da Setrem, tendo iniciada em 1969, quando ingressei como aluno no 5º ano do então Getúlio Vargas, e findada em 2005, como diretor-geral”, destacou.
Ao conversar com o público, Seno elencou quatro palavras que, segundo ele, nortearam sua vida. “As quatro palavras que usei durante toda minha vida e é um bom indicador para se pensar profissionalmente são propósito, protagonismo, inspiração e gratidão.”
Ele residia em Bela Vista, interior de Três de Maio, e conta que de lá veio a primeira inspiração, com quatro pessoas: os professores Vilma Cereser, Reneu Krause, Lurdes Staud e Ivone Percoski, que atuavam na escola local. Foi a partir destes professores que Seno disse ter adquirido o desejo de estudar muito.
“Minha gratidão especial à Ivone, que no fim do 4º ano disse aos meus pais que eu deveria ir adiante nos estudos. E eu conhecia a Setrem porque vinha com minha mãe até aqui, que na época vendia o que produzia na lavoura para o internato, como chimia, abóbora e mandioca. Eu dizia: ‘vou estudar aqui’. Quando meu pai pediu onde gostaria de estudar, não tive dúvidas: era na Getúlio Vargas”, relembra.
Durante um ano, Seno veio de Bela Vista até a escola. No ano seguinte, passou a morar no internato. Cursou o Normal Rural e depois o Técnico em Agropecuária. “Neste período, os professores Martin Hasenack e Lurdinha Bender me marcaram. Em nível técnico, destaco os professores Dalziro Valdameri e Valdir Benedetti, com os quais também aprendi muito. As passagens pelo Grêmio Estudantil e em projetos do curso técnico foram fundamentais para o desenvolvimento de diversas habilidades.”
Após, ele cursou Engenharia Civil na Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Ao retornar a Três de Maio, assumiu, em 1982, como professor do Curso Técnico em Agropecuária e no fim do mesmo ano como coordenador do curso superior de Administração na Setrem. Em 1990 chegou à direção-geral da instituição, cargo em que esteve até 2005. “Enquanto colaborador da Setrem, meu referencial foi o diretor Erni Vollbrecht, devido seu senso aguçado de empreendimento. Aprendi a buscar novas ações a partir deste cenário.”
Contextualizando, disse que a construção da vida parte do propósito. “É preciso saber onde se quer chegar. O protagonismo é importante, independentemente do local onde se trabalha. É preciso ser o melhor naquilo que se faz. Não esquecendo de sempre agradecer aqueles que nos inspiraram. Agradeço a Setrem pelas oportunidades que tive. É uma instituição que soube valorizar sua história. A minha principal formação foi aqui. Meu sentimento é de muita emoção e gratidão quando retorno e percebo o quanto a Setrem cresceu. É uma grande evolução e isso nos alegra.”
Sobre a criação da Afuset, associação que presidiu na primeira gestão, Seno afirmou que foram muitas as pessoas que doaram seu tempo para que o projeto tivesse continuidade. “Foi um desafio criar a Afuset, associação esta que sempre morou no meu coração. Hoje fico feliz de ver que tem uma sede bonita, que contribui para a união da equipe”, concluiu.
‘Em 42 anos, vivi momentos alegres e difíceis e formei grandes amizades’
Dalziro Valdameri, atual secretário da Mantenedora Setrem, foi o primeiro vice-presidente da Afuset. Desenvolveu sua trajetória profissional na Setrem de 1974 a 2016, tendo atuado como professor, coordenador e colaborador.
Ele revelou que a Afuset, constituída oficialmente em 1984, teve início muito tempo antes, com um grupo de alunos. “Criada com o intuito de que professores e funcionários confraternizassem, começou em 1979 com alunos do Curso Técnico em Agropecuária, que montaram um rancho onde hoje é a Afuset. Na época eu era professor orientador. E como ganhei na loteria esportiva, com recursos próprios, paguei a churrasqueira do rancho, que depois veio a ser a primeira da Afuset”, recordou.
Dalziro veio trabalhar na Setrem com mais dois colegas de Teutônia. “Fui criando raízes e ficando. Gostei do local e das pessoas. Tanto que fiquei por mais de quatro décadas trabalhando aqui, como professor, coordenador e colaborador. Em 42 anos, vivi momentos alegres e difíceis e formei grandes amizades. Ajudei a construir esta ‘casa’. Afuset e Setrem são entidades que se complementam”, destacou.
Ao encerrar sua fala, Dalziro deixou uma mensagem: “Nossa passagem pela vida é curta. Por isso, devemos aproveitá-la. Levo grandes recordações das pessoas daqui. As paredes ficam, mas as pessoas passam e são elas que nos fazem dar sentido aos dias. Fico agradecido pelo convite para compartilhar minhas experiências”, reconheceu.
Ao fim do evento, os presentes compartilharam suas impressões e lembranças com os convidados. A presidente da Afuset, Michele Rachor, avaliou a primeira edição do almoço ‘Protagonistas da História’ como muito positiva. “A associação faz parte do centenário da Setrem, visto que vários eventos institucionais ocorrem aqui. A ideia de trazer o Seno e o Dalziro se deu porque fazem parte da nossa história e sem eles a Afuset não existiria hoje. Estamos muito felizes pela adesão do público. Foram mais de 100 pessoas confraternizando conosco e revivendo juntos nossa história”, finalizou.