Independente da fase da vida em que nos encontramos, passamos por diversas situações novas, que exigem o enfrentamento do desconhecido, do imprevisto e inesperado, e como consequência, nos deparamos com o desconforto. A mudança de cidade, de emprego, de escola, de grupo social, são exemplos de novos cenários, que nos exigem esforços e adaptação.
Se para o adulto é desconfortável sair de seu espaço seguro e conhecido para encarar novas situações que saem do previsto, para as crianças não é diferente, visto que podem ter menos recursos emocionais para enfrentar tais situações que se apresentam como novos desafios. Assim, a adaptação escolar é algo que preocupa muitas famílias neste início de ano escolar.
Desta forma, é de extrema importância a família e a escola trabalharem juntas neste momento. Vale destacar a postura familiar através da fala segura, que transmita para criança que ela vai ficar bem e que vai fazer muitas atividades divertidas e terá lindos momentos de integração. Relatar, previamente, com alegria e satisfação, o que a criança fará naquele espaço, facilitando o encantamento pelo lugar, bem como passando segurança e confiança para a família na escola escolhida.
Contudo, pode acontecer que, após a passagem deste tempo inicial de distração e envolvimento, a criança não queira ficar naquele espaço. O choro ainda indica que não se sente segura em se desligar do que lhe é familiar para ficar neste espaço que ainda não domina. Neste momento, é fundamental que haja, na escola, um adulto de referência, que lhe dará o suporte de segurança e aconchego para enfrentar este momento desafiador. Alguém que receba a criança com segurança e afeto: “Eu estou aqui com você”.
Desta forma, o trabalho conjunto entre família e escola trará o acolhimento e a segurança que as crianças precisam para enfrentar esta situação desconfortável, lembrando que o diálogo e a paciência, nesse processo de adaptação, é o que fará a diferença.
Por: Marina Zucatto, Orientadora Educacional na Escola Setrem